A Unidade de Acolhimento Infantojuvenil Luiz Mariano Neto, localizada no distrito Luziápolis no município de Campo Alegre, tem se consolidado como referência em cuidado e inovação dentro da Rede de Atenção Psicossocial. Voltada ao atendimento de adolescentes em situação de vulnerabilidade relacionada ao uso de álcool e outras drogas, a unidade tem mostrado que saúde mental também se faz com trabalho, solidariedade e oportunidades reais de vida.
Um dos exemplos mais marcantes é o Projeto CRIAR, que une aprendizagem, economia solidária e geração de renda. Com oficinas de marcenaria e culinária, o projeto oferece aos adolescentes acolhidos à chance de desenvolver novas habilidades, fortalecer a autoestima e experimentar o valor do pertencimento.
“A aprendizagem abre portas para que esses jovens enxerguem possibilidades de futuro. Cada móvel construído, cada receita preparada, é um exercício de autonomia e esperança”, destaca a coordenadora da unidade, a psicóloga Ana Adélia Melo Rocha.
A experiência local foi inclusive tema de palestra em evento nacional, onde Ana Adélia apresentou a reflexão sobre “Saúde Mental e Economia Solidária: Inclusão pelo Trabalho”.
A apresentação apresentou o trabalho de Campo Alegre para o cenário de boas práticas do Brasil, mostrando como projetos territoriais podem inspirar políticas públicas mais amplas.
Segundo ela, o impacto não se limita aos adolescentes. “Quando investimos em inclusão pelo trabalho, estamos fortalecendo famílias e comunidades. É um efeito em cadeia que vai muito além das paredes da unidade”, enfatizou.
A iniciativa mostra que o cuidado em saúde mental não se reduz a consultas ou medicações: é também abrir espaço para que adolescentes possam aprender, criar e sonhar. E o apoio da comunidade é essencial para que isso siga acontecendo.