quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Junqueiro tem o pior desempenho fiscal de Alagoas, segundo o IFGF 2025 da Firjan

O município de Junqueiro, no Agreste alagoano, registrou o pior desempenho fiscal do estado e um dos piores do país no Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF 2025). Segundo o levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que avalia a gestão das contas públicas com base em dados oficiais do Tesouro Nacional, Junqueiro alcançou nota 0,1367 - enquadrando-se na faixa de “gestão crítica”, a mais baixa da escala.

O resultado coloca o município na 5.104ª posição nacional e na última colocação entre os 75 municípios alagoanos que tiveram suas contas analisadas, ou seja, entre aqueles que efetivamente enviaram dados à Secretaria do Tesouro Nacional. Outros municípios do estado ficaram fora do ranking por ausência de informações, mas entre os avaliados, Junqueiro aparece em último lugar.

Indicadores em colapso

De acordo com a Firjan, o desempenho de Junqueiro foi muito abaixo da média nacional e estadual. O IFGF Autonomia, que mede a capacidade de financiar a própria estrutura administrativa com receitas locais, foi de apenas 0,0395, revelando forte dependência de transferências federais e estaduais. Já os indicadores de Liquidez e Investimentos ficaram zerados (0,0000), o que indica que o município terminou 2024 sem recursos em caixa suficientes para cobrir despesas de curto prazo e sem capacidade de investir em infraestrutura e serviços públicos.

Enquanto o IFGF médio do Brasil atingiu 0,6531 - considerado “boa gestão” - e o de Alagoas ficou em 0,4050, Junqueiro apresentou um índice quase cinco vezes inferior à média nacional, sinalizando um colapso na gestão fiscal local.

Retrato da má gestão e da falta de planejamento

Os resultados apontam que a Prefeitura de Junqueiro enfrenta sérias dificuldades para manter equilíbrio entre receitas e despesas, honrar compromissos básicos e planejar ações de médio e longo prazo. O baixo desempenho em todos os indicadores do IFGF - Autonomia, Gastos com Pessoal, Investimentos e Liquidez - revela desorganização fiscal, baixa eficiência administrativa e ausência de planejamento orçamentário.

Na prática, isso significa atrasos em pagamentos, limitações na execução de obras, perda de capacidade de investimento e impacto direto na qualidade dos serviços públicos oferecidos à população.
Firjan alerta: falta de planejamento impede avanços

A Firjan destaca, em seu relatório nacional, que o Brasil vive uma “era de ouro” das finanças municipais - com aumento de receitas e repasses -, mas alerta que sem planejamento e responsabilidade na gestão, o ganho fiscal não se traduz em desenvolvimento.

“Sem critérios claros de alocação de receitas e ferramentas de qualidade do gasto público, o ganho fiscal dos últimos anos não se converterá em competitividade, tampouco em melhorias sociais concretas”, ressalta o estudo.

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