O Desafio da Cana-de-Açúcar: Crise de Repasses e Tarifações Podem Afundar Municípios Produtores

Em municípios onde a cana-de-açúcar sustenta milhares de famílias e movimenta a economia local, os tempos são difíceis, e podem piorar.

A combinação entre queda drástica nos repasses federais, bloqueios no Bolsa Família e agora ameaças internacionais ao setor sucroalcooleiro acende o alerta máximo.

A redução no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que já acumula perdas de até 46%, avaliando o mês de julho de 2025, compromete serviços públicos essenciais e agrava a situação das famílias mais vulneráveis.

Ao mesmo tempo, o corte de milhares de beneficiários do Bolsa Família atinge diretamente quem já convive com o desemprego e o trabalho sazonal da cana-de-açúcar. Menos dinheiro nas mãos de quem mais precisa significa mais fome e menos dignidade.

Enquanto o país perde receita internamente, os juros aumentam, afastando investidores que estavam com financiamentos em processo de aprovação para o polo industrial. E, lá fora, a falta de diplomacia do governo federal em negociar com parceiros comerciais como os Estados Unidos pode trazer ainda mais prejuízos.

Tarifas que chegam a 50% sobre o açúcar brasileiro comprometem a competitividade das nossas usinas e colocam empregos em risco. Se o "tarifaço" for confirmado, será mais um golpe para quem vive da lavoura e da indústria.

A situação dos municípios produtores de cana, como o nosso, é um retrato da ausência de política estratégica. Cortes sociais, repasses reduzidos e isolamento internacional não combinam com um país que precisa cuidar do seu povo e da sua produção.

O governo federal precisa assumir sua responsabilidade. Sem diálogo, sem negociação e sem apoio, o que teremos será mais desemprego, mais pobreza e um Brasil ainda mais desigual.