Diante de um quadro de vulnerabilidade social e outras questões estruturais, em 2013, a prefeitura de Campo Alegre, Alagoas, fez uma aposta: investir na gestão participativa e na educação integral com o objetivo de alavancar o desenvolvimento dos seus estudantes.
A proposta era ofertar aos alunos acompanhamento pedagógico em língua portuguesa e matemática, além de atividades curriculares diversificadas relacionadas à arte, cultura e música.
Das 22 escolas da rede, cerca de metade passou a funcionar em tempo integral, tornando o município referência na modalidade dentro do estado. Atualmente, são 2112 alunos, de 5 a 15 anos, matriculados em dez escolas com turno estendido.
Sobre os resultados da política, Graciene Monteiro, secretária municipal de educação, resume: “nós não conseguimos mais falar sobre a educação em Campo Alegre sem fazer menção à educação integral”.
Implementação
Colocar em prática a modalidade, no entanto, não foi simples. “As maiores dificuldades foram formular a proposta, fazer com que a rede acreditasse na educação integral, formar os profissionais e trabalhar a aceitação da população com o novo projeto”, conta Graciene.
Segundo a gestora, a experiência começou sem nenhuma proposta consolidada, já que não havia na cidade nenhuma referência de oferta. Logo, durante todo o ano de 2013, a Secretaria de Educação se mobilizou para buscar informações e pesquisar o tema.
Como parte dessa investigação, membros da secretaria realizaram uma espécie de laboratório imersivo nas escolas de Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas e referência em educação integral. O objetivo era entender o currículo da rede e como suas práticas atingiam as crianças. Esta e outras experiências municipais ajudaram a construir uma proposta contextualizada para Campo Alegre.
O currículo então passou a ser estruturado em duas partes. Pela manhã, os alunos têm as “aulas regulares” e, durante a tarde, participam de atividades diversificadas como capoeira, judô e dança.
Adaptações no currículo e no espaço
Outro passo importante para adotar as novas práticas foi repensar o espaço escolar. “As escolas não estavam adaptadas para atender os estudantes em tempo integral. Foi necessário construir banheiros, salas de aula e montar um refeitório adequado para acomodá-los da melhor forma possível”, explica Jane da Silva Santos, professora da rede e gerente de práticas pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação de Campo Alegre.
A alimentação escolar também recebeu maior atenção. Durante o período que passam na escola, as crianças fazem quatro refeições. Dos Centros de Educação Infantil às escolas de Ensino Fundamental, hoje trabalha-se com o esquema self-service. A prática dá autonomia aos alunos e aproxima o contato com os alimentos. “Assim, eles aprendem a preparar o próprio prato e colocar a medida correta para se alimentarem”, conta Jane.
Ainda integrado à questão da alimentação escolar, as escolas desenvolveram uma horta onde os alunos plantam e colhem os vegetais que serão consumidos na merenda. Para Jane, a atividade é uma forma de criar o hábito da alimentação saudável e consciente, colocando os estudantes em contato com alimentos que muitas vezes não encontram em casa.
Resultados
Segundo Graciene Monteiro, secretária municipal de educação, a nova concepção de educação impactou não apenas o rendimento dos estudantes, mas também os indicadores sociais da cidade. “A população que antes saía de Campo Alegre em busca de trabalho, hoje permanece porque sabe que seus filhos estão sendo assistidos nas escolas”.
Os indicadores educacionais comprovam esse avanço. Uma análise do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2015, isto é, dois anos após a implementação da política de educação integral, mostra que o município superou todos os seus marcos. Para o 5º ano, a meta era 3.7 e o indicado foi 6.0. Já para o 9º ano, a meta era 3.8 e o alcançado foi 4.5.
“A educação integral melhorou muito os nossos indicadores sociais, mas o mais importante é que estamos cuidado da nossa comunidade e ofertando o melhor para as crianças e adolescentes de Campo Alegre”, finaliza a secretária.
A proposta era ofertar aos alunos acompanhamento pedagógico em língua portuguesa e matemática, além de atividades curriculares diversificadas relacionadas à arte, cultura e música.
Das 22 escolas da rede, cerca de metade passou a funcionar em tempo integral, tornando o município referência na modalidade dentro do estado. Atualmente, são 2112 alunos, de 5 a 15 anos, matriculados em dez escolas com turno estendido.
Sobre os resultados da política, Graciene Monteiro, secretária municipal de educação, resume: “nós não conseguimos mais falar sobre a educação em Campo Alegre sem fazer menção à educação integral”.
Implementação
Colocar em prática a modalidade, no entanto, não foi simples. “As maiores dificuldades foram formular a proposta, fazer com que a rede acreditasse na educação integral, formar os profissionais e trabalhar a aceitação da população com o novo projeto”, conta Graciene.
Segundo a gestora, a experiência começou sem nenhuma proposta consolidada, já que não havia na cidade nenhuma referência de oferta. Logo, durante todo o ano de 2013, a Secretaria de Educação se mobilizou para buscar informações e pesquisar o tema.
Como parte dessa investigação, membros da secretaria realizaram uma espécie de laboratório imersivo nas escolas de Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas e referência em educação integral. O objetivo era entender o currículo da rede e como suas práticas atingiam as crianças. Esta e outras experiências municipais ajudaram a construir uma proposta contextualizada para Campo Alegre.
O currículo então passou a ser estruturado em duas partes. Pela manhã, os alunos têm as “aulas regulares” e, durante a tarde, participam de atividades diversificadas como capoeira, judô e dança.
Adaptações no currículo e no espaço
Outro passo importante para adotar as novas práticas foi repensar o espaço escolar. “As escolas não estavam adaptadas para atender os estudantes em tempo integral. Foi necessário construir banheiros, salas de aula e montar um refeitório adequado para acomodá-los da melhor forma possível”, explica Jane da Silva Santos, professora da rede e gerente de práticas pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação de Campo Alegre.
A alimentação escolar também recebeu maior atenção. Durante o período que passam na escola, as crianças fazem quatro refeições. Dos Centros de Educação Infantil às escolas de Ensino Fundamental, hoje trabalha-se com o esquema self-service. A prática dá autonomia aos alunos e aproxima o contato com os alimentos. “Assim, eles aprendem a preparar o próprio prato e colocar a medida correta para se alimentarem”, conta Jane.
Ainda integrado à questão da alimentação escolar, as escolas desenvolveram uma horta onde os alunos plantam e colhem os vegetais que serão consumidos na merenda. Para Jane, a atividade é uma forma de criar o hábito da alimentação saudável e consciente, colocando os estudantes em contato com alimentos que muitas vezes não encontram em casa.
Resultados
Segundo Graciene Monteiro, secretária municipal de educação, a nova concepção de educação impactou não apenas o rendimento dos estudantes, mas também os indicadores sociais da cidade. “A população que antes saía de Campo Alegre em busca de trabalho, hoje permanece porque sabe que seus filhos estão sendo assistidos nas escolas”.
Os indicadores educacionais comprovam esse avanço. Uma análise do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2015, isto é, dois anos após a implementação da política de educação integral, mostra que o município superou todos os seus marcos. Para o 5º ano, a meta era 3.7 e o indicado foi 6.0. Já para o 9º ano, a meta era 3.8 e o alcançado foi 4.5.
“A educação integral melhorou muito os nossos indicadores sociais, mas o mais importante é que estamos cuidado da nossa comunidade e ofertando o melhor para as crianças e adolescentes de Campo Alegre”, finaliza a secretária.
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